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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Primeiro encontro de 2013: 12/01/2013


C O N V I T E


O Ishtar - Espaço para Gestantes (Recife) convida para o próximo encontro do grupo, no dia 12/01/2013.

O tema do nosso encontro será: “Apoio”.


O nosso primeiro encontro do ano é dedicado ao que muitas vezes é a principal necessidade das gestantes e mães no puerpério, o apoio. Convidamos as gestantes e suas famílias, doula, amigas etc para juntos debatermos sobre:
Que tipo de apoio você espera e deseja receber durante sua gravidez, parto e puerpério? De quem você espera receber apoio? Como dar apoio a uma gestante/mãe?

Contamos com a sua presença para enriquecer o nosso debate!

Lembrando: Participe do BANCO DE VIDROS DO ISHTAR (parceria com o Grupo “Grávidas e Mamães do Recife” - Facebook). uma iniciativa voluntária, que visa auxiliar as mulheres na manutenção da amamentação através de doações e empréstimo de vidros adequados ao armazenamento e pasteurização de leite materno.

Data: 12 de janeiro de 2013
Horário: 10:00 às 12:30
Local: Mezanino da Livraria Cultura Recife, localizada no Paço Alfândega, Bairro do Recife.

Mais informações:
 (81) 92694187 tim - (81) 99427144 claro – (81) 88559284 oi


Redes de apoio entre mulheres

Não tenho nenhuma dúvida de que nós, os seres humanos, fomos desenhados para viver em comunidade. No entanto, o que impera nas grandes cidades modernas é a prioridade de famílias nucleares, de preferencia constituídas por uma só pessoa. Este sistema costuma gerar bons frutos económicos, pelo menos para uns poucos.

Por outro lado, a maioria das mulheres modernas escolhe terminar uma carreira universitária ou conseguir um bom posto de trabalho, ao invés de ter uma vida semelhante as de nossas mães e avós.

Mas, quando – casualmente e contra todos os prognósticos – nasce um filho, a solidão e o desconcerto para as mães é a moeda corrente. Porque não há comunidade que nos apoie, nos sustente, nos ampare, nos transmita sabedoria interior, ou satisfaça qualquer necessidade nossa, seja física, seja emocional.

Muitas de nós pretendemos atravesar a maternidade utilizando os mesmos parámetros com os que estudamos, trabalhamos, tomamos decisões, lutamos, nos impomos, ganhamos dinheiro, elaboramos pensamentos ou praticamos esportes. Confiamos que a maternidade não poderia ser mais complexa do que lidar com cinquenta empregados subordinados todos os días. Mas… geralmente comprovamos que se trata de outro nível de complexidade.

A maior dificuldade consiste em “deixar o mundo real” para “ingresar num mundo onírico” da fusão mamãe-bebê, e, ainda que cada uma de nós reaja de forma diferente durante o puerperio, só na medida em que estejamos bem sustentadas, estaremos em condições de sustentar o bebê.

Hoje, em muitos casos, não temos aldeia, nem comunidade, nem tribo, nem vizinhança. Às vezes, sequer uma familia grande. Pois bem, necessitamos criar apoios modernos e solidários. Do contrario, não é possível entrar em fusão com o bebê. Não é possível amamentá-lo, nem fundir-se em suas necessidades permanentes.
Nós, mulheres, temos que nos organizar. Uma possibilidade é criar grupos de apoio, ou de encontro, abertos para que nós, as mães, encontremos companhia com nossos filhos nos braços, compreensão de nossos estados emocionais e aceitação de nossas ambivalencias.
Outra figura que na atualidade me parece fundamental é a “doula”. Há doulas preparadas para acompanhar as parturientes e outras especialmente treinadas para seguir o processo puerperal. A doula interpreta a ‘experiência interior’ de cada mãe, apoiando todas as mudanças invisíveis e traduzindo para a  linguagem corrente a realidade do puerpério. Não se trata de ajudar com o bebê, nem de oferecer bons conselhos, mas de acompanhar o mergulho no universo sutil e invisível do recém-nascido. Sua principal função é a de maternar a mãe para que, então, ela possa maternar a seu filho.
As doulas têm uma função para exercer, nomeando cada sentimento “absurdo”, desproporcionado ou incompreensível da mãe recente. Pessoalmente, espero que o ofício de doula ingresse no consciente coletivo feminino. Que, nós, mulheres, saibamos, durante e depois de parir, que merecemos naturalmente chamar e solicitar uma doula à domicílio, para que nos abra as portas dos Mistérios da Maternidade.
Porque a partir de cada mãe puérpera que se encontra a si mesma, o mundo inteiro se encontra. Cada doula que assiste a uma puérpera, cura a si mesma e cura outras mulheres. Cada palavra de apoio é uma palavra de paz e de receptividade ao bebê. As doulas nos instigam a que confiemos em nossas escolhas, decidindo segundo nossas crenças mais íntimas. Elas nos lembram que somos merecedoras de todos os cuidados, porque disso depende o futuro.
                                                                                    Laura Gutman
Fonte: http://www.lauragutman.com.ar/articulos.html

Tradução: Nélia de Paula – Coordenadora do Ishtar-Recife e  Tradutora Pública e Intérprete Comercial de Espanhol

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